Dinâmica não-linear com circuitos e lasers
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Apresentaremos inicialmente alguns conceitos introdutórios de dinâmica não-linear partindo de sistemas simples de baixa complexidade, exemplificados com circuitos eletrônicos com componentes não-lineares. Esses circuitos implementas conjuntos de equações bem conhecidos por seus comportamentos caóticos e nós analisamos a ocorrência de sincronização desses osciladores caóticos, particularmente medindo as propriedades estatísticas de eventos de desincronização. Tais experiências servem para gerar, de forma controlada em laboratório, tipos de eventos extremos que aparecem em sistemas complexos reais como redes de computadores ou neurais, sistemas biológicos ou sociais. Também discutiremos alguns resultados de comportamento dinâmico com lasers, onde particularmente estudamos o comportamento da frequência da radiação emitida, associando o comportamento observado com a dimensionalidade do sistema dinâmico. Finalmente mencionaremos alguns outros temas de pesquisa que temos trabalhado nos últimos anos em física atômica, ótica estatística e dinâmica não-linear e comentaremos sobre desdobramentos de nossas investigações que estão sendo realizadas no Campus das Engenharias da UFRPE.
UACSA - UFRPE - Pesquisador 2 CNPq
Prof. Dr. Marcos Oriá
Estudo estatístico da interação luz-matéria
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​Nesta apresentação descreverei os nossos mais recentes resultados sobre a manipulação de propriedades estatísticas de um padrão aleatório de luz (campo de speckles) através da interação da luz com a matéria. A ação do campo elétrico da luz sobre as cargas dos átomos leva a efeitos de absorção e espalhamento, que podem modificar tanto o estado da matéria como as propriedades da luz. A resposta de uma amostra material a uma irradiação luminosa depende tanto das propriedades do material e dos seus constituintes (átomos, íons, moléculas) como da frequência e da intensidade da luz. O estudo dessa resposta permite então obter informações sobre a estrutura da matéria e/ou sobre a radiação eletromagnética. Efeitos de autofocalização e defocalização, onde a luz induz modificações no meio material que em seguida modificam a propagação da própria luz, são bem compreendidos para feixes tipo onda plana ou feixes laser gaussianos. Nos estudamos os efeitos da propagação através de um vapor atômico sobre as propriedades estatísticas de uma distribuição aleatória de luz. Regiões de altas e baixas intensidades são redistribuídas pela interação com os átomos e controlamos essa redistribuição através de um único parâmetro de controle, produzindo sob demanda, distribuições subtérmicas ou supertérmicas na saída da amostra. Aplicações dessa técnica vão do controle de luz para imagens ou manipulação de partículas a simulações de propriedades estatísticas de sistemas complexos.
UACSA - UFRPE - Pesquisador 2 CNPq
Profa. Dra.Martine Chevrollier
Nanociência e Nanoctenologia: uma temática interdisciplinar fundamental para a formação de professores
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A Nanociência e a Nanotecnologia (N&N), conjuntamente, se ocupam de investigar a matéria na escala atômica e molecular, também conhecida como escala nanométrica, a fim de desenvolver artefatos tecnológicos cada vez mais eficazes e diminutos. Trata-se de uma discussão essencialmente interdisciplinar, uma vez que envolve diversas áreas do conhecimento em seus estudos. Dada a sua importância, a temática já se faz presente em alguns livros didáticos da Educação Básica, bem como no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Neste ínterim, é fundamental que os professores no processo de formação problematizem essas questões, para que ao término de suas respectivas graduções, estejam aptos a trabalhar a N&N em sala de aula.
CFP - UFCG
Profa. Dra. Mirleide Lopes
Física de partículas: Modelo Padrão e além
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Em 1928 Dirac publicara seu trabalho acerca da teoria relativística do elétron, que atraiu de imediato a atenção de Heisenberg para a "teoria do mar de Dirac", um novo cenário para o vácuo quântico da eletrodinâmica quântica. A descoberta do pósitron em 1932 e a sua associação com essa teoria marca, praticamente, o nascimento da eletrodinâmica quântica.
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Anteriormente ao ano de 1932, em que o pósitron e o nêutron foram descobertos, somente três partículas eram conhecidas, a saber, o fóton, o elétron e o próton (que acreditava-se ser elementar, assim como o nêutron). De 1932 em diante inúmeras outras partículas foram descobertas e desta forma a estrutura matemática por trás da física de partículas passou a delinear-se, o que culminou no desenvolvimento do modelo padrão da física de partículas.
A presente palestra versará acerca do desenvolvimento do modelo padrão da física de partículas, tanto do ponto de vista teórico quanto fenomenológico. Além disso serão discutidas algumas extensões da física para além do modelo padrão e suas perspectivas futuras.
CCT - UFCA
Prof. Dr. Job Saraiva
Uma transgressão da lei de ohm: Exemplo de aplicação de quasepartícula.
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Essa breve colóquio busca discutir a utilização do conceito de quase-partícula para explicação de um fenômeno relacionado à condutividade elétrica em um material com estrutura cristalina tipo espinélio. Inicia-se a conversa abordando alguns exemplos de partículas, a partir daí estender-se-á o debate visando incluir o tema quase-partículas e em seguida será apresentada breve digressão da lei de Ohm, será apresentado o caso da condutividade elétrica em estruturas espinélio de manganato de níquel (MNO) e a utilização do conceito de quase-partícula para construção de modelo para o comportamento do (MNO).
IFSertão PE
Prof. Dr. Marcelo Silva
O que faz um planeta ser habitável?
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Uma das fundamentais questões que nós astrônomos tratamos hoje em dia é “o que um planeta precisa ter para sustentar a vida?”.
Atualmente a Terra é o único lugar que sabemos que existe vida. Estamos à procura de planetas fora do sistema solar parecidos com a Terra e estrelas parecidas com o Sol na tentativa de cercar o problema.
Olhando para nosso próprio sistema solar, também aprendemos muito, e entre outras coisas sabemos que o mesmo Sol que possibilita a vida na Terra, quase tornou o nosso planeta inabitável.
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Nesta palestra, mostraremos os avanços e resultados que jogam luz no problema da sustentação da vida na Terra e em outros planetas. Mostraremos como a atividade do Sol Jovem pode ter desidratado a atmosfera de Marte bilhões de anos atrás.
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Mostraremos também como nossa pesquisa sugere que a dinâmica do Sol só não fez o mesmo com a Terra porque nosso campo magnético protegeu o planeta azul.
DFTE - UFRN / Pesquisador 1D CNPq e Pesquisador associado do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics (CfA, Harvard Univsersity)
Prof. Dr. José Dias do Nascimento Júnior
DO BIG BANG ÀS CULTURAS: A HISTÓRIA DA ASTRONOMIA NUMA PERSPECTIVA ÉTNICO-RACIAL
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13.8 bilhões de anos atrás: que tiro foi esse? De lá para cá, o tecido cósmico do Universo, a luz, a matéria, as galáxias, as estrelas, os buracos negros, os planetas e a própria vida como a conhecemos fazem parte do "retrato de família" do Universo. Nesta “contação de história” apresentarei a história da Astronomia numa perspectiva étnico-racial.
Instituto de Física - UFRGS - Pesquisador 1D CNPq
Prof. Dr. Alan Alves
Um breve review sobre estrelas de tipo solar
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Estrelas semelhantes ao Sol são objetos de estudo da astrofísica estelar desde a década de 60, no entanto a busca por uma estrela que apresentasse suas características físicas idênticas as do Sol remete ao inicio da década de 1980, entretanto a ausência de dados astrofísicos de alta precisão impedia a descoberta dessas estrelas denominadas gêmeas solares, fato esse que foi revertido nos anos finais dos anos 90 com a descoberta de 18 Sco, que viria a ser a primeira gêmea solar, com o passar dos anos várias gêmeas solares foram descobertas, destaque especial para CoRoT-Sol-1, que foi a primeira gêmea solar mais velha que o sol com período de rotação fotométrico determinado.
Aqui o nosso objetivo é revisar os principais pontos sobre estrelas de tipo solar, em especial as análogas e gêmeas solares, levando em consideração a analise da rotação destas corpos celestes, em especial no contexto das missões espaciais CoRoT, Kepler e TESS.
Prof. Dr. Jefferson Soares da Costa
Os princípios físicos dos buracos negros
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Há cem anos, uma das mais importantes e belas teorias científicas, a teoria da relatividade geral (RG), ganhou notoriedade pela evidência observacional de que a matéria curva o espaço-tempo. Além de responder várias questões, como a igualdade entre massa inercial e gravitacional, a RG introduziu novos problemas conceituais, como o horizonte de eventos e o significado das singularidades. Nesta palestra, faremos um breve passei por esses objetos intrigantes, os buracos negros, destacando suas propriedades e como eles deformam o espaço-tempo (e luz).
Prof. Dr. José Euclides
O ensino de física por projetos de pesquisa como estratégia para o estudo da astronomia e o repensar a avaliação
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A palestra apresentará o delineamento e discussão de parte dos resultados de uma pesquisa de doutorado (realizada no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul concluído em 2017) que investigou o processo de avaliação da aprendizagem no ensino de ciências (Componente Física), no Ensino Fundamental, em escolas públicas do Município de Porto Alegre, RS, coordenadas pela Secretaria Municipal de Educação (SMED). Discutiremos especificamente o estudo com intervenção em sala de aula para apresentação de uma proposta alternativa para avaliar e também para introduzir conceitos de Física na etapa final do Ensino Fundamental – Ensino por Microprojetos. Este buscou compreender se é possível a redução da tensão irredutível entre avaliar para a seleção e avaliar para as aprendizagens e se é viável uma aproximação à avaliação formativa. Inspiramo-nos na proposta de Ensino por Projetos de Fernando Hernández e Montserrat Ventura adaptando-a para microprojetos. Será discutido que a implementação do ensino por microprojetos foi um valioso processo que permitiu uma aproximação cooperativa entre a Universidade-Escola. Evidenciaremos que os resultados indicaram que os estudantes engajaram-se de maneira ativa nas tarefas dos microprojetos, nas leituras, nas pesquisas, na construção do diário de bordo; valorizaram a possibilidade de escolha de temas de seus interesses e o processo mostrou-se positivo na busca da autonomia, ainda que as explicações, nas apresentações finais, tenham sido breves. Também que as professoras fizeram uso dos diversos instrumentos do ensino por microprojetos para realizar uma avaliação mais processual. Para atender a finalidade do evento, I Encontro de Física e Astronomia do Cariri - I EFAC, no Instituto de Formação de Educadores da Universidade Federal do Cariri, IFE/UFCA, Campus Brejo Santo, Ceará.buscamos defender o ensino por microprojeto como estratégia metodológica no ensino de física para introduzir temas da Astronomia na educação básica. Na ocasião problematizaremos criticamente o que estabelece a Lei recente, Base Nacional Comum Curricular (BNCC), para o desenvolvimento de um ensino de ciência investigativo e a valorização conceitual de tópicos da Astronomia idicada desde as primeiras séries inicias da educação infantil ao ensino médio.
DF - URCA
Prof. Dr. Claúdio Rejane
Astrofísica Nuclear: produção de elementos, supernovas, estrelas de nêutrons e anãs brancas.
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Apresentaremos a astrofísica nuclear, um ramo da ciência na interface entre astrofísica e física nuclear que tem se desenvolvido muito nos últimos anos. Discutiremos a síntese dos elementos químicos (núcleossíntese) formados no universo primordial e dentro das estrelas fruto das reações nucleares, dando especial atenção aos elementos pesados, e sua relação com a evolução das estrelas e do universo. Abordaremos a nucleossíntese explosiva que ocorre dentro de supernovas, surtos de raio gama e fusões de estrelas de nêutrons. Esta fusão foi só recentemente observada em 17 de agosto de 2018 - junto com a emissão de ondas gravitacionais - pelos observatórios LIGO ,VIRGO e FERMI, comprovando as previsões teóricas como o local do universo onde são produzidos os elementos mais pesados como ouro e prata, graças à observação concomitante da Kilonova. Por último, falaremos da matéria superdensa no universo existente nas estrelas compactas de nêutrons, quarks e anãs brancas e como estas devem sua origem à física quântica, dando ênfase especial aos pulsares e magnetares. e apresentaremos as pesquisas desenvolvidas no grupo de astrofísica e cosmologia do ITA.
Instituto de Física - ITA - Pesquisador 1B CNPq
Prof. Dr. Manuel Malheiro
Sussurros do Universo: do Misticismo às Observações Cósmicas de Precisão
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Apresento um histórico sobre a evolução das idéias em física, em especial no que diz respeito ao Cosmos, até chegar aos dias de hoje. Então concentro-me nas idéias de Cosmologia e Astrofísica, colocando os meios que temos ao nosso dispor para um estudo aprofundado e preciso, que apenas hoje é Possível no caso da Cosmologia. Finalizo com a apresentação do projeto BINGO, em que informações cosmológicas e astrofísicas valiosas serão obtidas através da quantidade de radiação emitida pelo Hidrogênio neutro através de sua linha de 21 cm.
IAG/USP - P.I. Radiotelescópio BINGO - Pesquisador 1A CNPq
Prof. Dr. Élcio Abdalla
Um Breve Panorama da Cosmologia Moderna no Centenário da Verificação da Relatividade Geral
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O modelo padrão de física de Partículas e a Relatividade Geral são, sem dúvida, os maiores triunfos da física moderna. Ambos exerceram e exercem papel fundamental no desenvolvimento da cosmologia tanto teórica quanto experimental. Os modelos cosmológicos atuais e as previsões da física de partículas podem ser testados com grande precisão através de diferentes experimentos. Recentemente a cidade de Aguiar na Paraíba foi escolhida por pesquisadores para abrigar a construção de um desses experimentos: o Radiotelescópio BINGO (sigla para BAO from Integrated Neutral Gas Observations). O instrumento pretende observar as oscilações de hidrogênio emitidas no universo em formação. Nesse ano do centenário da verificação da Relatividade Geral, discutiremos o panorama atual da cosmologia e da física de partículas e as possibilidades abertas pela construção do BINGO no Brasil.
CFP - UFCG
Prof. Dr. Douglas Fregolente
Ensino de física, divulgação científica e popularização da ciência em espaços não-formais.
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No campo educacional brasileiro são observadas diversas situações inapropriadas desde ordem infraestrutural escolar e na qualidade da formação de professores. Nesse contexto, os estudantes são os maiores prejudicados, sendo as disciplinas de ciências da natureza as que apresentam os mais graves quadros de rejeição por parte dos alunos. As disciplinas de ciência são, por muitos alunos, consideradas incompreensíveis devido a diversos fatores como: Inúmeros cálculos matemáticos sem significado, os fenômenos em estudo pouco aproximados da realidade vivencial dos estudantes, foco em conteúdos para exames, etc. Para criar um contraponto a esse contexto, atrair os estudantes para compreender e estudar fenômenos naturais se configura como uma ação bastante desafiadora, discutida entre os docentes da área de ensino de ciências. A utilização de recursos metodológicos e bons planejamentos, de acordo com o conhecimento prévio dos indivíduos envolvidos, são favoráveis neste sentido, uma alternativa que pode possibilitar diversos avanços para aproximar os estudantes do saber científico está na educação não-formal. Os museus e centros de ciências, por exemplo, são considerados como espaços de aprendizagem não-formal e divulgação científica que podem contribuir para o enriquecimento cultural e científico dos indivíduos que o frequentam. A divulgação científica pode cumprir diferentes funções no ensino de ciências, em particular de física. O desenvolvimento de habilidades de leitura, o contato com pesquisas científicas e a vida dos pesquisadores, complementação de materiais didáticos, desenvolvimento e formação do espírito crítico e reflexivo são saberes que devem ser trabalhados para esse fim. Nestes espaços, as exposições relacionadas à ciência frequentemente são apresentadas de maneira interativa, experimental e lúdica. As exposições de ciências aumentam o nível de conhecimento e capacitação do cidadão, no campo da ciência e tecnologia. Embora o ensino de ciências exatas seja considerado pela
maioria dos alunos e pesquisadores uma das áreas mais sistemáticas devido ao formalismo da estrutura curricular e ao tradicional método de educação, com tendências por muitas vezes indesejáveis quando o objetivo é motivar os alunos em seu aprendizado, no espaço informal podem ser quebrados alguns paradigmas da educação formal tradicional, é possível o desenvolvimento de atividades que relacionem o saber científico com a vida cotidiana, tais atividades além de motivadoras, se configuram ingrediente indispensável para uma educação emancipadora.
IF Sertão-PE